a massa de água do rio, branca do inverno limpo, segue o caminho da paz que para ele é chegar à foz sem mais tropeços que as pedras que há incontável tempo se acostumou a contornar ou sobrepor.
o rio corre. eu corro-me. percorro-me à beira rio. reencontro-me. tacteio-me. a ter a certeza de ser ainda verdade. de ser ainda eu. de o meu sangue não ter embranquecido na descida aos infernos da memória.
sou quem sou. agradeço. há que agradecer sempre, seja ele a quem for, todas as graças. sobretudo as pequenas. as que os outros não vêem mas são as que nos nutrem dia a dia.
à beira água sei-me. sou aquele corpo. aquela voz. aquela idade. aquela pele que se vai esbranquiçando com o tempo até se assemelhar à cor clara do rio. na vontade incessante de nele se vir a confundir.
sei-me de novo e por isso de novo te abro os braços, que ficarão vazios na direcção da corrente do rio. ninguém para eles correrá.
mas que o que foi passado me perdoe se for isto pecar, enquanto se chamar vida ao que desde há pouco, de novo sonho e sinto, não desisto de amar.
15 comentários:
Escritores da Liberdade é o prémio que tenho para ti no "BEJA .
Passa por lá e leva-o para o teu blog que bem o merece.
Beijos
Madalena
Vim banhar-me nas águas desse rio como que a pegar forças.
preciso ser pedra de rio, preciso vencer a correnteza,preciso sair inteira do outro lado.
deixo um beijo carinhoso
emmy
Madalena
Que lindo. O texto. As fotos. A múscia.
Tudo....
Beijo
Parabéns pelo prémio Escritores da Liberdade
Fica um beijo
Pi
Tenho a irresistível tendência a considerar autobiográficos todos poemas... Se tiver razão no caso presente, alegro-me por ti pois não é possível ser feliz sem amar... Se estiver enganado, parabéns, porque o poema continua a ser belo e um grande estímulo para procurarmos a felicidade...
Beijo ao sabor da corrente.
António
Não sei se te sinto um rio de de rubra lava, ou um ribeiro de águas desenfreadas no desencontro do tempo...mas de uma coisa tenho a certeza, és um lago de cristalinos sentires...
Doce beijo querida irmã
*
em louvado rio,
meu pensamento banha-se,
,
xi
*
Excelente poema Madalena!
Não desistas nunca...
Beijos muitos
ler.te ao som de...
é bom demais!
.
é pular
de pedra a pedra
e regressar
.
ao nada
irresistível
um beijo ,quemadre
Primeiro: Muito obrigada pelo prémio, Lumife. Já lá fui espreitar. Vou buscá-lo quando souber a quem o passar (sou pouco dada a cadeias, traumas! lol):
Às perguntas implícitas nalguns comentários: isto não é um diário, nenhum blog meu alguma vez o será a menos que perca o que ainda me sobra de lucidez mas, o essencial de mim está cá. Se consigo passá-lo ou não, não sei.
Muito obrigada pela vossa presença e comentários sempre quentes e amigos.
Este fds passo a retribuir as visitas.
Beijos :)
Ver que te vives... e te sente agraciada... pelo tempo em tempo.
bjo doce e bom fds
adorei o texto!!
"mas que o que foi passado me perdoe se for isto pecar, enquanto se chamar vida ao que desde há pouco, de novo sonho e sinto, não desisto de amar."
... bom saber que não desistes. como é bom saber!
um abraço fraterno.
Sim, concordo, ha que agradecer.
¡¡GRACIAS!!
Porque me sé frágil como el junco
bástele a cada día su afán,
a cada momento su brisa.
Pero también el junco se inclina,
sin el temor de romperse,
ante el fuerte viento del oeste.
Así vengo y voy hoy a vosotros,
amigos y amigas míos,
con ansias de daros mi día,
con el alma navegando entre mis lágrimas,
pero sintiéndome un junco flexible,
doblado por el viento tibio de vuestra amistad,
que me acompaña y abriga ante el miedo
y que he de agradecer tanto como estar vivo.
Rafael
Gracias por estar ahí cuando yo casi no estaba.
Mi abrazo más fuerte.
Não há rios iguais, de facto!
Este lava-nos a alma e faz-nos mergulhar na magia de cada palavra.
Obrigada
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