17/02/2008

na terra só as raízes


foto de madalena pestana


não estou no presente não vim do passado

não sou do futuro já me foi negado

não trago recados nunca fui profeta

e não sei sequer o que é ser poeta


fui mulher fui mãe agora o que sou?


tenho a alma fria tenho a cama fria

tenho o sonho morto a vida vazia

nem sei para que vivo não sei porque morro

não tenho uma causa para meu socorro


sei que fui mulher cheguei a ser mãe...


agora o que espero não vem, só demora

agora o que quero não tem certa hora

de onde vim eu? ao que vim? porquê?

nasci para morrer então não se vê?



cumpri o destino fui mulher fui mãe


morte, não demores que eu cansei. cansei!

9 comentários:

Teresa Durães disse...

se o destino é a morte, não preciso também de muito mais para a desejar

Higino disse...

Um rio de Fé, pois claro!

Klatuu o embuçado disse...

Espero que a morte, antes de chegar, pare num milhão de tabernas! :)

A.Tapadinhas disse...

Quanto mais vivemos mais sabemos como viver... é uma obra sempre por acabar.
Beijo.
António

poetaeusou . . . disse...

*
eu sinto,
porque vivi,
insatisfação no presente,
das carencias do passado,
na desesperança do futuro,
,
conchinhas
,
*

O Profeta disse...

Então amiga e eu a pensar que tu simbolizavas a vida...tal como este rio que te serve de passadeira...

Doce beijo

Madalena disse...

Olá. Obrigada a todos.

Profeta quantas vezes será preciso dizer que isto não é um diário? :)

Ele há dias e... ele há dias.

Beijos, amigos.

Era uma vez um Girassol disse...

Um poema belissimo sobre a vida e a morte e ...ele há dias!
Minha querida Madalena, daqui vai um grande beijinho!

Memória transparente disse...

A nossa passagem efémera.