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25/07/2010

Sinais dos tempos - Alerta!

What_for__by_LOVELLIEXOX

A nível laboral, neste momento, vive-se num "salve-se quem puder".
Os menos competentes praticam a denúncia do que assistem ou inventam sobre colegas. Depois, seja qual for o estatuto, surgem os "capatazes" de escritório, de..., de... por todo o lado. Que escravizam e humilham até levar a "presa" à exaustão. Normalmente conseguem.

As "baixas" por depressão crescem todos os dias. Há psiquiatras "à beira de um ataque de nervos" por quase não conseguirem dar resposta a tanta procura.
Não falo em sentido figurado. São factos.
As mulheres adoecem e os homens suicidam-se.

É preciso agir antes disso!

Denunciem.

28/05/2009

das distrações


image by Jan Piller

adormecida em belas teias brancas

disfarçadas no encanto dos dias

desse tempo

não viu a peste entrar

tinha rosto. era irmã. como sempre

vazia

Skeletons-in-Chairs-in-Desert-Death-Valley by Michael Howel


preço da confiança?

- bem cedo o diálogo da morte

era tudo o que ouvia


26/11/2008

dito de costas para ti


now_i_see by Frank Grisdale



viro-me e oiço o vento

não sei nada de mim para além disto - viro costas ao vento!

e é nesse acto que me reinvento para re-existir

eu que morri para tantos. que lhes perdi a conta. ou o conto?

conto não de fadas. de demónios

quem os irá salvar?

encrontrarão sinónimos de si para iludir anónimos ouvintes

sim. sempre haverá


a sorte não nasce com a justiça

fabrica-se pela astúcia de uma mentira lúcida

até parecer___________verdade


18/10/2007

escolhas.


    image by Jody Fenton

    a arca muito velha não tem chave. como dantes quando Maria estava por aqui e a abria para buscar uma história ou um livro precioso para ela ou um brinquedo oferecido pelos filhos e subraído à voracidade da mãe, que sempre o exigia, coisas de avó a que ela acedia com sofrimento mas sempre na vontade de lhe conquistar o afecto. nada ganhou com isso. sei eu. sabemos muitos.

    tropeço neles agora. barro. madeira. mãos de trabalho e carinho infantil estão lá espelhadas.

    apesar do pavor que tinha de ver as suas"coisas" devassadas pelos corvos, não há trancas. só a chave da porta era fechada e assim continua.

    pego os papéis e espalho-os no chão. sento-me à beira deles. não são muitos já. excepto os dois livros que como ela dizia, tinham passado o prazo de validade. num papel, tirado ao acaso, que eles nem data têm muitas vezes:

    image by Jody Fenton

    sofro às mãos de mim a minha história. escolhas são escolhas e eu escolhi este amor. mas não escolhi o aqui. o como. o onde. tudo o demais foi sendo acrescentado à minha juventude como se ser jovem significasse força sobre-humana.

    todos dormem na casa gigante, excepto eu. e é assim quase todas as noites. levanto-me. visito o sono deles. acaricio os sonhos que desejo felizes. os dos filhos. sorrio de ver a mãe como uma pedra no fundo de um poço, com a respiração mais lenta que a de lagarto a hibernar. amanhã vai dizer, como quase todas as manhãs: " não dormi nada. os meninos deram uma noite terrível...". ladadínhas que já sei de cór. nunca respondo. não valeria a pena.

    o marido? esse dorme o sono dos anti-depressivos, dos barbitúricos. da morte diária nessa hora e a ser adiada dia a dia. quanto tempo irá ele resistir? quanto tempo resistiremos todos? e os meninos, por quanto tempo mais lhes poderei esconder o pesadelo?

    desci para buscar água. não tenho vontade de subir. que faço eu aqui? que faço eu da noite ? que faço eu do futuro? que futuro há por ver?

    10/10/2007

    por causa de uma notícia de jornal (ou será de uma foto?)


      image by Madalena Pestana


      olhando nessa direcção hoje sinto o que não é meu de sentir. de novo.

      tudo parecia já adormecido. nem falara dos corvos, vê lá tu. interrompi blog após blog quando o pensamento se virava para ti. fugi vezes sem conta de fazer o que era inevitável desde há anos: matar-te!

      deixei até de conduzir quando a tentação que tive ao ver-te uma vez num cruzamento, me fez carregar no acelerador. não tive dúvida aquilo nao tinha outro nome, era ódio. louco, desvairado, incontrolável já.

      não quis ser eu a mão. não quis ser eu a arma. e nem te dei o luxo de ser eu a voz. tu havias de fazê-lo por mim.

      quase morri da espera. nem gritar eu gritei. ninguém me ouviu. sobretudo não tu. a ti fui vigiando os passos, hora a hora mais previsíveis. oh, como eu te conheço!

      e ontem quando, já distraída, mal te sabia ainda a existir atiram-me o teu lixo para o colo. a náusea recrudesceu mas nem aí gritei.

      silêncio. o silêncio é uma arte que nunca cultivaste. desconheces-lhe o som. mas soa tanto e alto!

      mais alto que os verbos que conheces: vencer. exibir. espezinhar. bajular. os verbos com que se ganha a vida muita vez...

      mas hoje alguém gritou. um grito saudável que (sem que o saibas ainda) furou, com o som estridente, o balão que tu és. eu respirei. de alívio por não ter sido meu o grito contra ti. de alívio porque houve o grito. de alívio porque acabaste de morrer e vais continuar a arrastar a vida por aí convencida de que vives e não há salvação para o mundo sem ti.

      a deus.

      RIP.