depois de muito tempo. como se lhe fugisse. fui ver o sítio aonde os rios vão dar.
levei comigo um olhar novo. e todos os contornos foram novos, até o da serra que me viu nascer.
novo. bom é também este regresso breve. como quem chega a casa depois de viajar.
mas as minhas viagens levaram-me a memórias não queridas. ao escuro. ao invernoso desafecto dos rios que me saíram do corpo. como sangue quente.
- lembro ainda - cada vez mais esbatidamente. pudesse eu e esquecia. de vez!
venceram os amigos.
e desaguei no mar. que me acolheu.
é já com um sorriso que hoje escrevo. um sorriso de areia e vento e azul feito.
um sorriso de esperança. a renascer.
foto de madalena pestana