photo by George Koutsilieris repenso-te.tenho andado meio afastada de ti. não porque queira. não porque não te sinta ou te sonhe. só porque há muita gente a querer tirar-me a paz. nada de novo. foi assim desde sempre. incomodo só por respirar.
perdi muito tempo a perguntar-me e a outros o porquê dessa sanha. se eu só queria viver sem interferir com a vida de ninguém. respostas? houve. e iam sempre dar ao mesmo: - a tua independência fere os inseguros.
- e eu com isso? - pensava e seguia caminho. era jovem e isso era-me fácil. hoje ainda é. o que passou a ser difícil foi dar a outra face. quando muito, ainda uso luva de renda na hora de retribuir. mas retribuo.
tanta hipocrizia, meu amor, tem assolado estes tempos que vivo! conseguirei manter a luva sem que ela se rasgue. se insistirem? duvido.
pronto. desabafei. ao diabo as criaturas do diabo! ao diabo o novo-riquismo cultural de gaiatos sem história e sem educação (onde a perderam? tinham!).
o que de facto me aborrece é o tempo que perdi a não pensar em ti.
mas vou contar-te.
by tinyfishy
ontem. a descabida hora e pensamento. as tuas asas passaram pelo meu cérebro. roçagaram quase com som de brocado em vez de seda. sorri. deixei o que estava a fazer. olhei para o lado. eras tu. foi um instante silencioso esse de me surgires assim. do nada. ri . não nos venceram.
confesso. mais uma vez me deixaram a sensação de só ter perdido um precioso tempo (todo o tempo se é pouco já, é precioso).
guardei a luva de renda na gaveta das fotografias que não quero ver e saí para a rua. sorria.
sorria-te.
são as asas dos que me amam ou eu amo que sempre me devolvem o voar.
bom fim de semana. sê feliz!