hoje há loucura no tempo.
as águas correm a avisar-me, tão cúmplices que são!
- busca as palavras simples! corre tu como nós e vai buscá-las
conta as histórias difíceis em palavras que as crianças entendam
porque falam as águas de crianças?
perdi as minhas de vista há tanto tempo
- quem te falou de ter? nunca nada foi teu. busca as palavras simples
nada mais te compete no percurso que te cabe na terra, ao tempo que te sobra.
tento entender. palavras. esqueci tantas. de propósito. e nada mais me sai:
- ignorem o Papa, o Vaticano inteiro! rezem ao ar livre sempre, de frente para quem chegar!
não virem as costas a nenhum ser vivo da terra se pensam em Deus e em falar-lhe.
ninguém os ouvirá e receberão em troca os "vendavais" de "quem semeia ventos"
ou seja, o eco das vossas orações tolas, perdidas, viradas para dentro, impartilhadas.
o meu corpo atira-se para a frente em busca de palavras. já não sei o que digo.
não sei porque é que o digo. não consigo é parar
- amem. sobretudo amem! nos cafés, nas gares, nos jardins. nas ladeiras doridas de subir.
amem pobres e ricos e falem desse amor. gritem o amor até ensurdecer
os pálidos apáticos sonâmbulos seres conformes a regras de esconder verdades
do tamanho do sol com tecidos brancos do tipo gaze ou tule.
vivam o amor. gritem o amor. procriem. rebelem-se. é a vossa hora. não sei mais...
caio na margem
a água benévola do rio refresca a minha febre e, súbito
que paz!
30 comentários:
Lindo Madalena, realmente escreves mesmo muito bem... e eu vou repetindo infinitamente esta frase!
Passa no Aramis, tens lá um prémio para ti.
Muitos beijos e uma boa semana para ti!
Acredito mais nessa fé da natureza do que no anel perdido do Papa, ao que parece não é só o anel que anda perdido.
Tu que falas com as águas que te dizem elas sobre o estuário do rio ?
Será que caminhamos sobre as águas de uma nova ordem ?
Parabéns pelo prémio ...escrever é como descer ... o leito do rio.
Boas chuvas.
Sem saber, disse que procurava o alimento-água. Aqui a encontro, ainda tu.
Alma ensopada, grandes olhos mas.
A margem, amargam.
Lembras-te do Lobo Mau? O que tinha olhos grandes para nos ver melhor?
Bjinho
Gosto de água!
Em especial da do mar que é salgada e me faz pensar que não sou o único que choro!
(Ao invés de rezar, prefiro falar com Deus!)
belíssimo texto. força e paz: juntos.
valeu!
gosto
de
te
ler
revolta
em
SER
.
e
.
gosto
de
te
saber
em
água
rio
.
em paz
.
um beijo ,quemadre
Muito obrigada, amigos. :)
Realmente essa do Papa de novo de costas para o povo a fazer o que parace mais macumba que a prática de um sacramento, fez-me passar dos carretos.
Mas, enfim eu já devia estar habituada aos "desvios" para trás da igreja católica.
Pobre João Paulo I!
Bjs.
Corres em transparência e brilhos de regato. Por entre as pedrinhas oiço-te o cantar das gotas. Uma aqui outra ali, todas filhas do mar, todas pequenas grandezas desse infinito azul que és tu.
Gosto deste espaço.
Muito bom. ;)
Carlos
A luz...que te deixo...é da cor da minha vida...
Aparece no meu blog e pede um desejo:)
nada mais vivo que a água que corre...
Madalena,
deixei ficar-me nessa margem, assim caída, para sentir a paz
vivi o momento da água que corre e saciei a sede que trazia
escreves tão bem, que me encantas
abraço-te com carinho
beijinhos para ti
lena
*
fora eu represa,
para segurar as tuas palavras,
fora eu ponte,
para poder atravessa-las,
fora eu alcatraz,
para nelas eu mergulhar,
e pescer sabedoria,
fora eu . . .
,
marés de tule e orgadim,
,
*
Obrigada pela correcção. Em dias idos tinha uma menina de cinco olhos a bater na palma das mãos.
Boa semana, bjs.
Refrescante, a passagem pelas águas do teu rio. Bom também, o descanso na sua margem...
Beijo.
António
"Água de beber
água de beber, camarada!".
Grite-se também impotente a verdade que vai escasseando. Como a água.
Bjinhos
madalena
amiga querida, que saudades tive daqui e que texto bom de lêr.
beijo grande
emmy
Mais uma corrente fresca e pura de palavras que brotam aos socalcos da tua pena. Excelente. Beijo
Este teu "grito" é a verdade.
Beijinho.
Obrigada pelas visitas e comentários, amigos. :)
Ando com enxaquecas e por agora disso nem a fé me slava.:
Vou-me entretendo ali no Rastos, mas não acredito que tenham paciência para me acompanhar.
Eu volto aqui. :)
Beijos.
(Deus não é muito comigo, prefiro a parte da partilha. A mãe natureza compreende-nos melhor do que um Deus no seu pedestal)
Querida Madalena
______________cheguei!!!
agora é só_____um olÁ:)
e_________de todo coração__________
agradecer____________a visita na minha ausência
____________voltarei mais tarde
para ler e_____________comentar
beijOs com carinhO
Os pesares dividem as marés
A idade do ouro ainda tarda
Os anos passam como gotas varridas
Por um tempo que retrata o nada
Convido-te a saborear um absinto no meu espaço
pela Taça de Fino Ouro
Mágico beijo
Aqui me sinto/sento nais na água.
Há um tempo de (re)volta. Eu tinha tudo isso e fartava-me de ser obrigada a trabalhar (no campo) quando as amigas se divertiam na praia e no cinema. Mesmo com esse ódio, nunca invetivei a terra mas os homens. E sim, raízar de novo seria o meu descanso até poder/ser tempo/acontecer morrer nela.
Infelizmente, esse deus não me dá nozes nem dentes, assobia para o lado, tal como os meus amigos das "terras". Bjinhos, Madalena.
..mais na água, mais pés balouçando.
Amem...incondicionalmente...
Encanto-me sempre que passo por aqui e te leio, querida Madalena!
Que tenho feito senão amado?
E no entanto...
Levantar-me, esquecer, avançar, lutar mais uma vez, percorrer caminhos desconhecidos, difíceis.
Preciso de toda a força, amiga!
Beijinhos
Nem rios nem vidas iguais...
A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA...)*
Gostei de ler:)
Grande admiração por tudo, sem olvidar a musica
Olá amiga, haverá outra forma de contactar contigo...queria fazer-te um convite...
Doce beijo
Passa no "Aramis", tens lá um desafio para ti!
Muitos Beijinhos
Olá. Obrigada a todos. Beijos.
A alguns, o meu deus é a natureza mesmo e é com ela que falo. Não sei de abstrações.
Profeta, madalenabraganca@gmail.com
Bjs :)
19.2.08
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