13/07/2007

paralelos? - não.

Early morning by Erik Jorgensen

todas as manhãs nascemos paralelos ao sol e entre nós.

é quase insuportável nos dias de mais frio. parece a perfeição nos dias de calor. parece. aos outros.
os outros. ainda haverá outros? terão havido alguma vez, realmente, para mim?

sei as respostas. as perguntas são método. os outros, se os houve, perderam-se no tempo e perderam o tempo de ter direito a ser. a ser coisa em que se pense antes da decisão. os outros. os vivos. mais paralelos ainda do que nós.


Winter by Philippe Rapoport


amigos somos de todo o vendaval. o vento empurra-nos os ramos e de paralelas árvores, somos árvores cruzadas a ranger os desejos e os prazeres encontrados, os orgasmos de inverno. esses sons que os demais temem no meio da tempestade.

soubessem os tais outros que aquilo que temem somos nós é o nosso amor e continuariam a almaldiçoá-lo. sabendo ou não quem fomos ou quem somos. o amor faz temer se é grande como o nosso. faz ranger os alicerces da mediocridade no sentir.

meu tremor de terra, só tu e eu não fugimos à fúria desse sentir tão único como a vida é para cada um.

5 comentários:

Teresa Durães disse...

está na altura de ir
e vou
adeus mana

beijos

Madalena disse...

Mana, o Estrangeiro foi o meu primeiro livro lido em francês,tinha 14 anos. daí que, para mim não vais. Sais por um pouco. Entendo mas aguardo.

Se não fosse uma mulher de esperança dura, já teria desistido há muito tempo e...aqui estou.
Um beijo de Irmã.

della-porther disse...

Romany

Estou aqui, bem pertinho a acompanhar esse trabalho.
Extraordinários textos venho lendo.
Isso não é elogio, posto que não precisas disso. É a constatação das palavras aqui, deixadas...
envolvidas, por quem sabe como escreve-las...
porque quando as leio, sinto vontade de reler de não sair e quando saio levo-as comigo,
dado que para mim são importantes.

o caminho ...da vida...me traz para esse rio...

beijos carinhosos da afilhadinha

Della-Porther

Madalena disse...

Olá. estranhei a ausênoia. Obrigada pela presença amiga e pelas palaras. :)

bjs

Anónimo disse...

Romany

quando li o Estrangeiro ainda era jovem o suficiente,e apesar disso não aceitei a afirmativa de Meursault: "acabamos por nos habituar a tudo..."

por isso entendo a sua "esperança dura".


beijos

bru