sorria de volta. bom costume meu.
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a mulher na frente falava vazio
corpo seco. voz ansiosa de tudo. um protesto eterno
na boca franzida. falava. falava.
a água no copo quase aquecia. à voz de revolta.
vazia ela toda. costumeira já
eu fingia ouvir. fixava a distância com os olhos doridos
que de tanta luz pedem para dormir.
vi-te. ou ao teu vulto
não me enganaria - silencioso andar de gato siames
e ela falava. a água do copo dormia entre os dedos
que só desejavam estender-se para ti.
ficou-me o aroma da passagem breve
e a voz que deixaste no toque fugaz.
a mulher creio eu que calou por fim.
corri para o meu canto. depois para a rua
ânsia no esperar pede tanto mais!
procurei nos muros refrescar o cio
é só o calor. passa com o verão
miou para si própria a gata que sou
um miar gemido
repetido e oco.
sem convicção
6 comentários:
SRa.
"A água dormia..."
sobrerba
Meu respeitos
:-)
sentado
a ler e
admirar
a gata em muro fresco.
Gosto de gatos, gatas.
Gata em muro fresco...Lindo!
Os amigos...
Sempre aqui contigo, podes crer.
Incomodas os outros, os inseguros, só por seres independente.
É. Eu também.
Beijinhos da flor
D, adesenhar, Flor amarela, muito obrigada.
A ausência de visitas (ou quase) terá de se manter até setembro, se tudo correr bem.
Com os olhos não brinco. Que enquanto por cá andar quero continuar com eles bem abertos.
Se correr mal... vou lá pelo tacto. :)
Beijos
o calor aos demais queima.lhes os neurónios
contigo passa.se ,precisa mente ,o contrário .os teus textos CRESCEM na mesma proporção do calor
admirável
.
um beijo ,quemadre
Obrigada quemadre. Nã acredito mas olha... como diria o Botto " enfim... gosto!" lol
Bjs
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