já corre livremente a água pelas encostas.
os animais saem dos abrigos ao primeiro raio de sol. o pão não vem com a chuva. cresce dela.
também é essa a hora de predar. os mais fortes. ou não? os mais astutos. movem-se sorrateiros na esperança de fragilidades outras ou dos outros. são os carníveros. grandes senhores da vida ensanguentada de carne tenra. seja o bife da vazia mal passado ou a ave em voo titubeante que lhes caiu nas garras. num golpe de asa a nunca terminar.
a época da chuva é no entanto boa. lava. lava a mente de se saber tudo isto e disto nos atormentar o sono e embaciar o olhar.
há quem lhes escape. ao abrigo dela. há quem saiba escorregar devagarinho pelas ladeiras de lama ou neve até se afastar. de vez. das enormes bocarras. sempre abertas. prontas a devorar.
só não há água que lave os cantos ensanguentados da boca dos carníveros. o sangue congelou ao escorregar dos beiços salivantes de gula. e mancha de sangue sempre foi uma nódoa difícil de tirar.
5 comentários:
"Eles comem tudo e não deixam nada..."
A mancha de sangue nunca sai...nem nos vampiros.
Metáforas aceradas, as tuas!
a lei da selva
à qual é necessário sobreviver
SEMPRE
.
um beijo
há sempre predadores e presas...
p.s gosto do bife da vazia :P
Minhas queridas amigas, apesar do texto ter (valha o que valha) uma direcção para o país que sinto, a do "bife da vazia" é mesmo direccionada, daí as aspas no título. O seu a seu dono (lol).
Isto é particularmente para a Teresa, também gosto de bife da vazia mas o tornedó é o meu favorito em carne de vaca (de que gosto pouco, confesso).
Beijos.
Tenho estado com o antivírus desactualizado daí a maior ausência. Ontem já o comprei. Hoje vou instalá-lo e se o peso do meu silêncio aliviar, passo a falar nas vossas casas. :)
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