embrulho-me em mim mesma como um gato na noite
não olho já em volta. estou cercada a frio e abandono
nada tem sequer a concisa dor do açoite
não me sobra ao menos o socorro do sono
lateja-me na cabeça o sangue, então há vida sim
não fora isso e não tinha a certeza de estar entre os demais
onde me abandonaram até que me esquecesse de mim?
não quero recordar. quero viver sem penas como os animais -
na boca da noite na boca do medo na boca da morte
na boca do grito na boca da fonte na boca do vento
na boca do fim na boca do riso na boca da sorte
na boca do sexo na boca sem nexo da boca do tempo.
8 comentários:
paper
Viver da "boca da noite à boca do tempo".
gostei muito do ritmo desses versos.
beijos
e um excelente fim de semana
della
muito belo poema!!
de tantas bocas pra fazer uma só fome...
abraÇo.beijO
Creio que � a primeira vez que por aqui passo. Gostei da estrutura do poema. As met�foras e os outros recursos expressivos, enriqueceram-no bastante.
Beijinhos
Belo poema.
Como sempre... lindo!
Passei tambem para te dizer que sem autorização prévia, te roubei uma fotografia e coloquei no meu blog. Desculpa mas não resisti pois acho que para o assunto que é, fica mesmo bem.
Beijos e bom Domingo para ti.
paper
uma boa semana
e um beijo
Fuser
Na boca do rio, o mar.
Águas sempre diferentes.
Podia ser um maestro de música tua, podia... E ser Primavera ou Outono, podia...
Beijinhos, menina!
Obrigada Minha Gente: A Vossa simpatia vale o risco de escrever e deixar isso à vista de todos.
Beijos e boa semana.
PS- Bem vindo ao grupo, Klatuu. :)
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