30/11/2007

cantiga da pena à morte

© Jessica Winder

eu tive uma pena que não fiz voar

e chorei um rio que não foi regar

abri uma fonte não deu de beber

fui amada às vezes sem agradecer

tive solidão não escrevi poesia

soltei gargalhadas sem ter alegria

cruzei as palavras sem nada dizer

lavrei orações sem acreditar

olhei o teu rosto sem o afagar

(só cravei as unhas nas palmas da mão

quem não é amante tem de ser irmão)

confesso, não sei sequer se vivi

de tanto que queria e não consegui



eu tenho uma pena branca de luar

replecta de gotas prontas a regar

nem rego nem voo, fico a contemplar

dou a pena à morte, está quase a chegar

ela há-de saber a quem a passar



é tão velha a morte, bem de antes dos vivos

talvez nela encontre mais cinco sentidos...

18 comentários:

bettips disse...

Como sempre, do lado do coração da vida, as tuas palavras.
Não reparei numa bela pensativa, de mão no queixo...Mas fico feliz por "haver riachos" parecidos na sua correnteza!!!
E, sabes, acho que não há "muita" gente para estas coisas, as únicas, melhores fotos que encontrei são de um homem de S. Francisco... ficará, assim, um segredo meio desvendado. E agora, boa noite que vou ler como me sinto e não parece: "A Passo de Caranguejo" de Umberto Eco. Beijos, bonita.

della-porther disse...

Paper

A imagem é um encanto e a cantiga melhor ainda.

bom fim de semana
beijos

della

LUIS MILHANO (Lumife) disse...

Hoje venho pedir-te que passes pelo "Beja". As crianças agradecem.

Voltarei para apreciar o teu trabalho de hoje.

Bom domingo


Beijos

bettips disse...

Tivesse eu visto as tuas 233 fotografias...tivesse eu sabido e saberia a corrente que nos leva. Bjs

Madalena disse...

LOL

E que farias com a conta de paper-life onde estão mil e não sei quantas? :)

Bjinho

Gabriela Rocha Martins disse...

belo

oportuno

sensibilíssimo

.
.

como sempre


um beijo ,quemadre!

poetaeusou . . . disse...

*
não sei o que escrever,
escuta,
passei aqui,
*

Anónimo disse...

nos dias em que nada sei
de onde venho e para onde vou
apazigua sentir este carinho

obrigada

CC

Anónimo disse...

Passei e sem palavras parti. Beijo

Anónimo disse...

Paper life

Nature Boy será perfeita em qualquer época, cantada por qualquer artista, em qualquer ritmo.Trouxeste uma versão belíssima.Conta pra mim quem está cantando?

Beijos

Fuser

Teresa Durães disse...

hoje a morte bateu à porta de um amigo meu. Não tive tempo de dizer adeus

um beijo. pela vida

Madalena disse...

A todos obrigada. :)


-----------------

Mana, agradece a vida a cada dia que passa seja ela louca, cruel ou simplesmente absurda. É sempre curta.

Para ti um beijo especial.

PS nunca digas adeus, diz até logo quando te afastares de alguém. Assim nunca ficará nada por dizer. Tenho muito Carinho por ti e Digo-o.

Madalena

Fragmentos Betty Martins disse...

Querida Madalena



____________________que dizer das tuas________palavras___...





apenas







___________senti-las______[...]




beijO c/ carinhO

Anónimo disse...

Tragã lá as lenguiças , as entrameadas , pinga da boa e rapaziada amiga , cas brazas já cá tã à espera ...
Tou-o cá aqui neste Bêco .
Charroco http://charroco.blogs.sapo.pt/

Atão proqui nã dã lá uma saltada , tã todos convidados pôrra .
Ê lá os'péro .

un dress disse...

penas vivas

penas mortas

de

leveza



...



~

abraÇo.beijO

O Profeta disse...

Vim visitar-te e saborear os teus sentires...

Trago comigo o aroma da terra
Sandálias feitas de alva espuma
Um dom cravado nesta alma singela
Um oceano de sonhos perdidos na bruma


A magia está a chegar no brilho de uma estrela
Reflectida nos teus olhos


Boa semana


Mágico beijo

Madalena disse...

Obrigada amigos pelas palavras quentes. Tenho andado arredia da escrita . A gripe não dá saúde a ninguém e esta foi das duras. Bjs

até já.

aramis disse...

Passa no "Aramis-Cavalgada", tens lá algo para ti!
Beijinhos muitos