manhã. cedo demais para quem se deitou tarde e não pode ainda trabalhar. manhã. cedo demais. ergui-me com violência de onda, da cama onde dormia.
- a tensão ocular. cuidado!- a consciência a querer falar comigo. a consciência. tonta. devia já conhecer-me melhor.
é só o vento. disse à minha cadela que não estava. hábitos.
é o Vento. disse a mim própria e deitei-me depois de olhar as horas.
dormi o quanto pude. depois disso. dormi ao som do vento. das obras. das crianças do jardim infantil que dá para o meu quarto. dormi?
dormi.

a tua mão no meu ombro. a minha mão sobre ela - é quanto lembro - a tua angústia - eu vou sair daqui! ninguém aqui me quer. - a tua angústia tinha som da minha. não era a minha.
- não pode. não pode. e eu? não conto?
- contas. mas é a hora de ir.
caminhávamos. um corredor afunilado. um corredor prisão. havia gente atrás. de ti. de mim só tu.
a minha mão sobre a tua. no meu ombro. começou a aquecer. acordei com dor de queimadura. a mão estava erguida na certa direcção.
fora da roupa. exposta. toquei-a. ardia. como se uma febre a tivesse acometido.
àquela mão. à mão que te tocara.
não voltei a dormir.
o que é que foi verdade neste sonho?
eu.
12 comentários:
A tua escrita de palavras quentes, arrepia-me, bem sabes que te acredito ... e em visões, em transmigrações de pensamentos fortes!
Cuidado com os teus olhos: como eu com "as minhas coisas".
(A ideia era mesmo essa quando a escrevi: porque de tão diferente, sou um bicho esquisito na igualdade; e evidente que tenho sótão com macaquinhos aos pulos.
A M. conhece-me, felizmente e brinca comigo com a ternura de me conhecer)
Bjinhos
Obrigado pela visita. De facto estive fora (sem sobrinhos) e não tenho o hábito de que esperem por mim (nos blogs).
Recebi um mail que, creio, lhe era dirigido. Esqueci de o reenviar antes de férias.
Como vejo que esteve/está doente, aposto que fiz bem.
Não são só os políticos os energúmenos. Os nossos sobrinhos têm professores iguais, a avaliar pela pesquisa que fiz. Sobre o Dótor do mail. Saúde! :)
Bettips, obrigada pelos teus carinhosos comentários. Sei que acreditas. Espero que neste caso o sonho não passe disso mesmo- sonho.
Bjs. Os macaquinhos são deliciosos.
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Olá Pan, creio que te conheço com outro nick. Entendo que tenham feito confusão. Houve uma fase em que eu não assinava blogs a não ser no fim e mudava com frequência.
Lamento se recebeste algo desagradável.
A Net dá coragem aos cobardes.
Nestes anos só posso queixar-me de um caso mas... pelos vistos há mais doidos. Manda o mail. Estou couraçada.
Se sabes quem é, podes apresentar queixa com todo o direito. Se é professor (só me lembro dos meus e eram educados), mais razões tens para isso.
Filhos ou sobrinhos por eles vale a pena lutar.
Bjs
PS. Bom teres regressado. Ainda faço uma a duas visitas por dia só.
... o calor da mão. Não há nada a temer.
o amor do outro mundo
reencontro de palavras
fecundas
onde te leio
sempre com a mesmíssima avidez
.
um beijo ,quemadrinha
Não há nada a temer Lídia para lá da mediocridade. :)
Não creio Teresa: Era tão deste!
Quemadrinha, Obrigada (esta exagera sempre lol)
Bjs. :)
Estou quase a ir trabalhar e faz-me falta. Boa semana!
Levo comigo a violência do vento. Eu sei. Sou um filho do vento.
D.
sonhar... falar sobre... interpretá-los... bem, mais difícil! - até porque parte dos sonhos nos buscam, colocam-nos dentro deles - e não o inverso -, parece-me.
o texto, o teu, tocou-me... mas eu nem precisaria dizer, não é mesmo?
deixo um abraço fraterno.
Olá D. Leva mas não estragues. LOL
Batista, sempre em sintonia. Das tuas percepções estou mais que certa e concordo com elas.
Beijo amigo. :)
*
as mãos
sempre presentes . . .
,
conchinhas,
,
*
:)
Olá Poeta.
Saudades. BFS.
Bjs
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