Hoje e para sempre a coroação, com flores simples, iguais à amizade do povo simples que amaste e que te Ama.
Obrigada Raul Solnado e... até já!
RIP.

A crown for an Actor - by MagdaMontemor
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- "Não há um lado mau da vida: a vida é una" - Bernard Shaw photo - Ithaca by Arthur Durkee
A crown for an Actor - by MagdaMontemor
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e tudo se apaga. rocha atormentada. terá de viver ?
tem. ainda tem. o tempo é assim. dá tempos à vida que
ninguém entende.
e porque que é que a Vida, coisa de outros Mundos
se há-de entender?!
de tanto ouvir falar de crise acabei por escutar.
crise é palavra feminina que cai primeiro que tudo. como uma trave. sobre a mulher.
não serve de muito discutir sobre isso. vi-a. à dita crise. atravessar-me a infância. toda. na adolescência. menos já.
ao homem cabia trabalhar mais ainda. mais que de sol-a-sol (como o meu pai). para lá do sol se por. encontrando o que fazer. rendendo. com muito esforço e imaginação.
à mulher cabia. cabe ainda. ouvir os filhos pedir-lhes por tudo (até por pão) e inventar desculpas para o "não há". mansas umas ou se mansidão é palavra distante. espantá-las com um grito e fazê-las chorar. enquanto choram por causa do grito ou do tabefe a acompanhar. esquecem o que lhes falta. criança é mesmo assim.
- mãe. posso comer pão com manteiga?
- não há manteiga. tens lá margarina que também é boa. é da vaqueiro que é quase igual.
- não é igual. mãe.
- então espera que o teu pai chegue. se ele trouxer dinheiro hoje...vou à mercearia e trago a maldita manteiga. raio da rapariga que é difícil de contentar.
neste caso a história acabou bem. o pai era um trabalhador desenfreado e conseguia não desapontar e a filha. por saber isso. tinha optado por esperar. nunca um pão com manteiga lhe soube tão bem.
obrigada mãe. pelo esforço dorido que é ter de dizer - não há - a um filho/a com fome (e ainda havia pão e a tal vaqueiro...).
por aqui e no Abril de agora. para muita gente já nem vaqueiro há. ou nasceram sem crise. né?
porque hoje mãe. a trave é mais pesada. muito.
as mulheres trabalham como os homens. não só na lida da casa e na costura para amealharem uns tostões e fazer um vestido novo à filha (lá para Maio...).
aqui e agora. depois do tal Abril de cravos todo feito. que só por dentro celebro. os gajos. os cromos dos poderes vários. enchem-se. enfardam. dançam a ronda no pinhal do Rei! *
e as mulheres? as mulheres são as primeiras a ser dispensadas (nova palavra para despedir) por - serem novas e terem de ter aulas. por estarem grávidas. por serem velhas e não se adaptarem ou...simplesmente por lhes terem fechado o posto de trabalho que os próprios abriram. e esta hein?! ou será também simples-mente porque são mulheres?
eu. na crise? - os filhos estão criados - a mim sobra passar da fila da caixa para a baixa (por causa da minha privada depressão) à fila do banco alimentar se me calhar ser DISPENSADA. eu sou Mulher...
o rio da miséria cresce. galga as margens da civilização. como no antigamente. fui eu que disse não há rios iguais?
dedicado a Maria José Batalha Pestana. minha Mãe.
que peso atiraste nos meus ombros e não sei carregar?
passaram muitas águas. límpidas umas, negras de lama outras
a juntar-se ao rio transparente. que mal lembro. mas fui
antes que me sonhasses. me soubesses
vivi eu pesadelos de matar (e estarei viva?)
___*___
a minha esperança passou a usar o nome que tu tens
o pouco amor de que ainda sou capaz, usa-o também
todo o bem que ainda espero liga-se a ti
como a um cordão de mãe.
que foi que me fizeste?
como queres fazer reviver. dia a dia. o que por pouco
escrever é abrir uma porta para lado nenhum
quem escreve chega ao nada de si próprio
os que lêem ficam a saber os nadas escondidos
nas palavras
então para que escrever?
porque, para lá do mergulho no vazio
da palavra
abaixo. muito abaixo. corre um rio
e atinge-se o absoluto e ansiado
não fazer parte de nada
dos tempos ou do Tempo.
de manhã nasce o sol e, o civilizado, promete a si mesmo beber água. porque... de manhã nasce o sol.
mas eu vivi com isto. dia e noite. onze anos. só que com um chefe que não se armava em chefe - era um chefe. como poucos. de natureza.
que faço eu ao sargento-lambe-botas que me caiu na rifa?
a esta hora?bem, a esta hora quero dormir para amanhã conseguir acordar.
boa noite.
para que tu não descubras
para que tu nunca saibas
para que não te pese
o que eu sou. o que eu sinto
para que tu não te escondas
me fujas ou respondas
encontro o meu casulo
fechada ainda essa porta. que ontem
por distração deixou sair o amor
eu continuo. sem ti.
foto de madalena pestana
a mão vazia. não. a mão cheia das letras de um teclado frio de sentires.
não sei falar de nada. não me refiro. as referências partiram com o tempo.
avós. pai. história. país. parentes. amigos. tudo morto.
morta até a memória de mim (isso é o menos!). morta a vida que queria. quando ainda sabia como estender a mão. a uma outra mão. vazia.
envelhecem-me as mãos sobre teclados. mãos musicais se escrevessem palavras de beleza. mas já não fazem nada. nem esperar.
as minhas mãos vazias perderam o condão. condão de encher-se de todo o mundo em volta. transformá-lo. devolvê-lo depois a ti. manipulado. novo. refeito.
a ponto de o dar de presente. como era de costume oferecerem-se flores.
estendo. ao tempo. as mãos frias
estão vazios os corredores. de mim
nem ecos de passos dados. só a chuva
que perfura. hoje. a terra toda
em fúria fecundante. se ouve. açoitar o solo
a fazer vida para o futuro. a trazer luz
no verde molhado. nas pedras lavadas
no ar respirável. outra vez
mas reina o silêncio nos corredores
para que caminhar?
ficam estendidas. no tempo. as mãos vazias
frias
na espera de nada. no longe de ti
mas a vida. a real. é coisa bem diferente. na parte
que a mim cabe
não sei esculpir palavras__________ de milagre
e nem chego ao ponto__________tão simples!
de te dar a mão
dou-te uma pedra minha. como se fosse jóia
ou obra de arte
depois enrosco o frio no meio do silêncio
e espero a hora__________ insuspeita
de poder encontrar-te
filhos de Abraão _ Isaque e Ismael
"Pesquisadores fizeram um estudo de DNA e comprovaram que judeus e árabes são parentes próximos, como diz a Bíblia. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há 4.000 anos. Isso significa que a genética comprovou o parentesco bem próximo, maior que o existente entre judeus e a maioria das outras populações.
Segundo eles, quatro milênios representam apenas 200 gerações. Esse tempo seria muito curto para mudanças genéticas significativas. Os cientistas envolvidos no estudo também perceberam que, apesar da longa diáspora, as populações judaicas mantiveram intacta a identidade biológica. Eles afirmam que o resultado não apenas está de acordo com a tradição bíblica, como refutam a tese de que as comunidades judaicas atuais consistem principalmente de descendentes de convertidos de outras crenças."
Pois. Há lá pior que guerras fraticidas?
Há. Há simplesmente a Guerra - uma intenção eterna do homem. sobre a Terra.
carrego uma história como pedra bíblica. calo-a. endureço para não lhe sucumbir
a história vem sempre, longe ou cedo, à tona da vida. não me cabe a mim decidir quando
não me cabe a mim decidir nada para além da minha forma de viver
condicionada ou não pelos deuses ou os astros, será minha a última palavra
- peso-drama o de ser livre. peso-pluma o de sentir a Liberdade -