05/10/2007

beijo frio


    image by christian coigny


    aprendi-os ao espelho, os beijos que te dei.

    coisas de solidão. puritanismos de outros. timidez.

    que desejava eu na hora de brincar boca com espelho? - a ti.

    a ti parecia tudo dirigido. conceberam-me sem saber, para ti.


    e agora? agora que o tempo me gastou a lisura da boca

    e a esperança de vida sendo muita, me é pouca

    e não há lábios espelhados e nem espera a vencer

    que faço agora, diz, ao teu sabor ausente?


    não me sei viva ou morta - sei-me história

    qualquer coisa passada sem futuro e olho-me

    como se me visse distante, desdobrada

    uma outra eu, lá do cimo de um muro


    agora, penso sem saber para quê

    recordo, amo anseio sem saber a quem

    coisa patética de quem por nada, sente

    não me sei viva nem morta e, sei-me gente?



    2 comentários:

    LUIS MILHANO (Lumife) disse...

    Podes crer que foi com bastante alegria que vi o teu comentário no "Beja".
    Assim como um amigo que regressasse de lonjura, de há tempos sem nos vermos.
    Vou tentando participar e alertar que a net não é só poesia...

    Avisa sempre que mudes de morada pois gosto de te acompanhar.

    Bom domingo

    beijos

    della-porther disse...

    Romany

    vim matar saudades de boas palavras e do som do Rios, que já faziam falta.

    deixo um beijo
    uma boa semana


    della